Um ano após minha última postagem, venho fazer uma
nova, provavelmente devido ao fim da minha monografia e a falta de objetivo
especifico mediato.
O objetivo deste post é fazer uma análise a respeito do
resultado das eleições no Brasil neste segundo turno e buscar qual é a cara do Brasil.
Aguardei alguns dias para
abaixar o furor midiático, e fazer minha análise, partirei do macro para a
análise regional da situação eleitoral.
Bom, alguns lugares foram contra a corrente de
mudança e partiram para uma reeleição, sem análise dos demais candidatos e sem
abrir a cabeça para o novo.
Mas partiremos aqui para análise dos
lugares que representaram uma mudança no cenário político atual.
Primeiramente, mesmo com a derrota em são paulo,
o crescimento astronômico do PSD em apenas um ano de existência, conquistando
inclusive uma capital, Florianópolis, mas o maior destaque dessa eleição é o
crescimento do PSOL em inúmeras cidades, obtendo vitória em uma capital e um
distrito.
O partido que surgiu após dissidentes do PT e do
PSTU se unirem para manter acesa a chama do socialismo e fazer uma verdadeira
oposição, teve como aliados no segundo turno na eleição do MACAPA o DEM e o
PSDB, gerou uma discussão acerca das diretrizes do partido em âmbito
nacional, bem como a sua uniformização.
Esse crescimento do Psol e nova discordância de uniformização, demonstra o quanto ainda precisamos pensar na mudança radical, ainda que necessária, tambem é necessario organizar um movimento uniforme e um pensamento unitário para que a mudança possa ser efetiva e não se disvirtue como ja experimentado por nossa nação. Na "capital" política do país, o PT venceu, talvez em um dos seus maiores redutos e aonde ainda mantem uma fidelidade de seus militantes mais fanáticos.
Já na capital das Araucárias, tivemos uma parcial
demonstração de credibilidade e mudança da população curitibana. Para esse
comentário deixo de lado um pouco a analise sistematica feita até agora e passo
à emitir minha opinião, até mesmo por viver essa eleição.
Bom o quadro inicial das pesquisas mostrava-se um
tanto quanto desanimador e para uma eleição já definida, encaminhando para que a situação
atual da cidade continusse a mesma, eis que surge um personagem que
revolucionou a política municipal Curitibana, Ratinho Júnior, sim, por mais contestado que fosse pela elite
burguesa curitibana. Pode-se dizer que ele mudou e muito o cena política da
capital, pois pela primeira vez um homem do "povo" mostrava-se com
condições de concorrer à prefeitura, surgindo inclusive como alternativa à
alguns das classes mais altas que acreditavam que a juventude do comunicador
demonstraria uma oxigenação na cidade.
Pois bem, quando tudo se encaminhava para uma
vitória fácil de Ratinho em uma disputa com o atual prefeito Luciano Ducci, uma
virada que a muito tempo não ocorria colocou Gustavo Fruet (PDT, PV e PT), que
começou liderando as pesquisas antes de sua saída do PSDB, no segundo turno.
Este que estava em descrédito com a população curitibana após ter "virado
a casaca" tornou-se logo o queridinho da classe média-alta, sendo o
representante dessa classe, mesmo que aliado ao PT.
Logo no inicio do segundo turno a movimentação
social pelas redes sociais e pelas conversas pouco politizadas já demonstravam
o avanço de Gustavo, fato que levou Ratinho a entrar na velha politicagem e
começar a atacar de diversas maneiras seu adversário. O povo curitibano que já havia
demonstrado que estava disposto a mudar, novamente mostrou que quer uma
campanha mais inteligente com propostas para a cidade e não ataques pessoais.
Todos esses fatores fizeram um contra movimento a
Carlos Roberto Massa e não um movimento favorável ao outro candidato, tudo isso,
escondeu um pouco a importância da eleição do PT na prefeitura curitibana e o
caráter e vida política de Gustavo Fruet.
Considerando a tradição conservadora da cidade de
Curitiba, podemos analisar de diferentes prismas esta eleição. Primeiro o
preconceito em votar no candidato Ratinho Júnior, o que na minha opinião aconteceu
mas de maneira muito discreta e não conforme muitos comentaristas políticos
julgam, até mesmo porque Gustavo Fruet
foi o único a assinar o pacto de respeito aos LGBTS, portanto, aonde esta mesmo
o preconceito?
A
novidade proposta pelo candidato, com o lema novas ideias, não veio acompanhado
de novas perspectivas e pensamentos. Em um momento onde caminhamos para o
reconhecimento dos direitos das minorias e um maior respeito às direitos
difusos e coletivos, o candidato apresentou propostas e comportamentos que eram
contrários a esta nova tendência. Como por exemplo evitar comparecer ao evento
realizado pela UFPR em virtude do beijaço que
o aguardava e a proposta de criação de uma arena de rodeio para
estimular a produção desse tipo de evento.
Outro
fato que demonstrava o despreparo do candidato Ratinho era a necessidade de
recorrer ao seu Pai, e aos mais diversos tipos de artistas, em uma ultima
tentativa de conquistar a população que esta a margem das discussões políticas
da cidade.
Pelos
motivos acima expostos, entre outros, não creio que somente o preconceito da
população fez que a votação de Gustavo Fruet fosse tão expressiva, até mesmo,
pelo preconceito que o Partido dos Trabalhadores enfrenta na capital dos
paranaenses. Considerando toda esta análise, pode-se dizer que de fato a
população curitibana rompeu paradigmas nessa eleição podendo inclusive causar
profundas mudanças na política estadual nos próximos dois anos.
Acredito
que para esse momento o sentimento retratado por cazuza ainda seja o ideal,
pois o Brasil ainda não mostrou sua cara para o rompimento real dos paradigmas
e uma mudança social.