segunda-feira, 5 de novembro de 2012

BRASIL, qual é a sua cara?



Um ano após minha última postagem, venho fazer uma nova, provavelmente devido ao fim da minha monografia e a falta de objetivo especifico mediato.
O objetivo deste post é fazer uma análise a respeito do resultado das eleições no Brasil neste segundo turno e buscar qual é a cara do Brasil. 
Aguardei alguns dias para abaixar o furor midiático, e fazer minha análise, partirei do macro para a análise regional da situação eleitoral.
Bom, alguns lugares foram contra a corrente de mudança e partiram para uma reeleição, sem análise dos demais candidatos e sem abrir a cabeça para o novo.
Mas partiremos aqui para análise dos lugares que representaram uma mudança no cenário político atual.
Primeiramente, mesmo com a derrota em são paulo, o crescimento astronômico do PSD em apenas um ano de existência, conquistando inclusive uma capital, Florianópolis, mas o maior destaque dessa eleição é o crescimento do PSOL em inúmeras cidades, obtendo vitória em uma capital e um distrito.
O partido que surgiu após dissidentes do PT e do PSTU se unirem para manter acesa a chama do socialismo e fazer uma verdadeira oposição, teve como aliados no segundo turno na eleição do MACAPA o DEM e o PSDB, gerou  uma discussão acerca das diretrizes do partido em âmbito nacional, bem como a sua uniformização.
Esse crescimento do Psol e nova discordância de uniformização, demonstra o quanto ainda precisamos pensar na mudança radical, ainda que necessária, tambem é necessario organizar um movimento uniforme e um pensamento unitário para que a mudança possa ser efetiva e não se disvirtue como ja experimentado por nossa nação.

Na "capital" política do país, o PT venceu, talvez em um dos seus maiores redutos e aonde ainda mantem uma fidelidade de seus militantes mais fanáticos.
Já na capital das Araucárias, tivemos uma parcial demonstração de credibilidade e mudança da população curitibana. Para esse comentário deixo de lado um pouco a analise sistematica feita até agora e passo à emitir minha opinião, até mesmo por viver essa eleição.
Bom o quadro inicial das pesquisas mostrava-se um tanto quanto desanimador e para uma eleição já definida, encaminhando para que a situação atual da cidade continusse a mesma, eis que surge um personagem que revolucionou a política municipal Curitibana, Ratinho Júnior, sim, por mais contestado que fosse pela elite burguesa curitibana. Pode-se dizer que ele mudou e muito o cena política da capital, pois pela primeira vez um homem do "povo" mostrava-se com condições de concorrer à prefeitura, surgindo inclusive como alternativa à alguns das classes mais altas que acreditavam que a juventude do comunicador demonstraria uma oxigenação na cidade.
Pois bem, quando tudo se encaminhava para uma vitória fácil de Ratinho em uma disputa com o atual prefeito Luciano Ducci, uma virada que a muito tempo não ocorria colocou Gustavo Fruet (PDT, PV e PT), que começou liderando as pesquisas antes de sua saída do PSDB, no segundo turno. Este que estava em descrédito com a população curitibana após ter "virado a casaca" tornou-se logo o queridinho da classe média-alta, sendo o representante dessa classe, mesmo que aliado ao PT.
Logo no inicio do segundo turno a movimentação social pelas redes sociais e pelas conversas pouco politizadas já demonstravam o avanço de Gustavo, fato que levou Ratinho a entrar na velha politicagem e começar a atacar de diversas maneiras seu adversário. O povo curitibano que já havia demonstrado que estava disposto a mudar, novamente mostrou que quer uma campanha mais inteligente com propostas para a cidade e não ataques pessoais.
Todos esses fatores fizeram um contra movimento a Carlos Roberto Massa e não um movimento favorável ao outro candidato, tudo isso, escondeu um pouco a importância da eleição do PT na prefeitura curitibana e o caráter e vida política de Gustavo Fruet.
Considerando a tradição conservadora da cidade de Curitiba, podemos analisar de diferentes prismas esta eleição. Primeiro o preconceito em votar no candidato Ratinho Júnior, o que na minha opinião aconteceu mas de maneira muito discreta e não conforme muitos comentaristas políticos julgam, até mesmo porque  Gustavo Fruet foi o único a assinar o pacto de respeito aos LGBTS, portanto, aonde esta mesmo o preconceito?
A novidade proposta pelo candidato, com o lema novas ideias, não veio acompanhado de novas perspectivas e pensamentos. Em um momento onde caminhamos para o reconhecimento dos direitos das minorias e um maior respeito às direitos difusos e coletivos, o candidato apresentou propostas e comportamentos que eram contrários a esta nova tendência. Como por exemplo evitar comparecer ao evento realizado pela UFPR em virtude do beijaço que  o aguardava e a proposta de criação de uma arena de rodeio para estimular a produção desse tipo de evento.
Outro fato que demonstrava o despreparo do candidato Ratinho era a necessidade de recorrer ao seu Pai, e aos mais diversos tipos de artistas, em uma ultima tentativa de conquistar a população que esta a margem das discussões políticas da cidade.
Pelos motivos acima expostos, entre outros, não creio que somente o preconceito da população fez que a votação de Gustavo Fruet fosse tão expressiva, até mesmo, pelo preconceito que o Partido dos Trabalhadores enfrenta na capital dos paranaenses. Considerando toda esta análise, pode-se dizer que de fato a população curitibana rompeu paradigmas nessa eleição podendo inclusive causar profundas mudanças na política estadual nos próximos dois anos.
Acredito que para esse momento o sentimento retratado por cazuza ainda seja o ideal, pois o Brasil ainda não mostrou sua cara para o rompimento real dos paradigmas e uma mudança social.